Páginas

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

TÉCNICAS MODERNAS DE EXECUÇÃO



por Jorge Pescara

EXISTEM DIVERSAS TÉCNICAS PARA SE EXTRAIR SONORIDADES DISTINTAS DO CONTRABAIXO. ACOMPANHE UMA BREVE DESCRIÇÃO DE CADA UMA, COM FOTOS ILUSTRATIVAS E NOMES DE CONTRABAIXISTAS FAMOSOS (SOMENTE PARA EXEMPLIFICAR) QUE SE UTILIZAVAM DELAS.

    PIZZICATO (com 1, 2, 3 ou 4 dedos)
Ato de beliscar as cordas do instrumentos para extrair as notas. Pode-se usar qualquer quantidade de dedos para tal: um, dois, três, quatro e até os cinco dedos da mão, por vezes são usados. No padrão mais comum alterna-se o movimento dos dedos indicador e médio raspando-os nas cordas. 
Ouça:
Jack Bruce (Cream, solo), Anthony Jackson (Steve Khan, Michel Camilo)John Patitucci (Chick Corea Electric Band, solo), Steve Bailey (Rippingtons, Bass Xtremes, solo), Bill Dickens (Ramsey Lewis trio, solo), John Entwistle (The Who), Steve Harris (Iron Maiden), Gary Willis (Tribal Tech), Francis Rocco  Prestia (Tower of Power)



         
             
   PIZZICATO COM O POLEGAR
Ato de tocar as cordas usando a lateral do dedo polegar para obter, com isto, uma sonoridade mais encorpada. Abafando corretamente as cordas com a lateral da palma da mão consegue-se uma sonoridade próxima ao baixo acústico. 
Ouça:
Sting (The Police, solo), Anthony Jackson (Steve Khan, Michel Camilo), Bill Laswell (Material, solo), Marcus Miller (Miles Davis, David Samborn, solo)



    THUMB SLAP
Ato de tocar as cordas golpeando-as com a falange do dedo polegar para obter, com isto, uma sonoridade percutida. O ato de puxar as cordas agudas  é um ornamento freqüentemente usado para ampliar as possibilidades sonoras desta técnica. Criada no final dos anos 60 por Larry Graham vem sendo desenvolvida desde então. Existem três posições distintas para o polegar nesta técnica: 1º polegar apontando para cima, 2º polegar na direção das cordas, 3º polegar para baixo, porém em todas as formas costuma-se golpear as cordas na região compreendida entre o final da escala e o primeiro captador. Anteriormente havia uma técnica similar no baixo acústico onde os músicos golpeavam as cordas com a palma da mão para ter melhor projeção sonora. 
Ouça:
Larry Graham (Sly & The Family Stones, solo), Stanley Clarke (Return to Forever, solo), Marcus Miller (Miles Davis, David Samborn, solo), Victor Wooten (Bèla Fleck & the Flecktones, Bass Xtremes, solo), Fieldy (Korn), Les Claypool (Primus)




   TAPPING (Two Hands)
Ato de tocar as cordas batendo (martelando ou golpeando) com as pontas dos dedos de ambas as mãos sobre a escala do instrumento. Técnica similar ao toque pianístico. A sonoridade obtida pode ser comparada a uma mistura de percussão com notas graves.
Ouça:
Tony Levin (King Crimson, Yes, Peter Gabriel, solo), Michael Manring (Montreux, solo), Victor Wooten (Bèla Fleck & the Flecktones, Bass Xtremes, solo), Stuart Hamm (Joe Satriane, Steve Vai solo), Billy Sheehan (Talas, Mr Big, Niacin, solo)



   ACORDES
Ato de tocar as diversas notas ao mesmo tempo. Costuma-se usar uma mistura da técnica violonística onde até os 5 dedos são empregados para a obtenção dos acordes. Geralmente executados nas regiões agudas do instrumento para não embolar o som. 
Ouça:
Jeff Berlin (Bill Brufford, Yes, solo), Steve Bailey (Rippingtones, Bass Xtremes, solo), Les Claypool (Primus), Michael Manring (Montreux, solo), Victor Wooten (Bèla Fleck & the Flecktones, Bass Xtremes, solo), Tim Boggart (Cactus, solo), Oteil Burbridge (Aquarium Rescue Unit, solo)



   HARMÔNICOS
Ato de tocar as cordas extraindo notas extremamente agudas da série harmônica de cada corda. Os chamados harmônicos são tocados de três maneiras: 1º harmônicos tradicionais, obtidos com um leve encostar do dedo sobre um ponto específico da corda (ex 127 traste em sua metade exata) tocando em seguida um pizzicato comum; 2º harmônicos artificiais, obtidos com ao digitar-se uma nota qualquer e com o polegar direito encostado levemente sobre a corda toca-se, então o pizzicato com o indicador desta mão; 3º harmônicos fantasmas, similar ao anterior, porém ao invés do polegar encosta-se a ponta do dedo indicador usando para o pizzicato os outros dedos. 
Ouça:
Michael Manring (Montreux, solo), Jaco Pastorius (Weather Report, solo), Steve Bailey (Rippingtons, Bass Xtremes, solo), Percy Jones (Brand X, solo), Larry Klein (Joni Mitchell), Mick Karn (Japan, solo)


             

   DISPOSITIVOS ESTILÍSTICOS 

PARA SINTETIZAR AS DIVERSAS TÉCNICAS PODEMOS OBSERVAR O BAIXISTAS PERCY JONES (BRAND X) E SUAS AUDACIOSAS PESQUISAS SONORAS.


PERCY JONESfretless de 5 cordas com afinação 
C E A D G 
    sitar like: puxar a corda para a borda do braço com as unhas ou dedos após tocar uma nota
big bang: 
tocar nota grave e bater a palma da mão sobre os captadores extraindo harmônicos para formar acordes de 3 ou 4 notas
percussive slide: 
raspar as unhas nas cordas com slide
percussive harmonic slide: 
o mesmo acima com a adição de um harmônico na ponta
bell like tone: 
bater com as falanges dos dedos atrás do braço para extrair a série harmônica
octave artificial harmonics à la Jaco
tocar um harmônico artificial com o polegar nas cordas graves e uma nota real oitava acima
expressive sound I:
 harmônico na corda grave, bend no agudo, soltar esta última encostando a unha na corda enquanto ela vibra
expressive sound II: 
o mesmo procedimento anterior mas encostar a corda em uma adjacente produzindo um som: RRRRRRR

Ao Mestre .:.

               



Nenhum comentário:

Postar um comentário